Lívia Albernaz / Foto: Eduardo Ribeiro
Ao som do berimbau, atabaque e do agogô, crianças, jovens e adultos praticaram nesta sexta-feira (23), um aulão de capoeira no 35º Encontro Nacional de Capoeira, realizado neste fim de semana no Ginásio Poliesportivo Presidente João Goulart (Tartarugão). Genuinamente brasileiro, é o segundo esporte mais praticado no país e possui seis milhões de praticantes no mundo. A arte é um jogo de dança, luta, folclore e faz parte da cultura brasileira. O evento contou com as presenças dos mestres Capixaba (ES), Bininha (ES), Merrinho de Caio (MG), Quito (RJ), Reginaldo (BA) e outros.
A capoeira tem seus estilos. Seja a tradicional, contemporânea, angola ou a regional, os Mestres jogam conforme a música do berimbau que soa nas rodas.
Os Mestres
O mineiro Mestre Merrinho de Caio, 47 anos, pratica a capoeira há 32 anos e diz que descobriu o esporte em um livro. “Na minha cidade não tinha onde praticar e por muitos anos joguei sozinho. Foi quando conheci quatro garotos e me tornei o quinto capoeirista de Ipatinga.”
Para tornar-se Mestre ele usou a persistência e amor à capoeira para conquistar seus sonhos. “Eu viajava para o Espírito Santo todos os fins de semana para aprender capoeira com o Mestre Caio, criador do Quilombo Queimado.” e assim foi durante quatro anos.
O Mestre Merrinho conta que aprende todos os dias e que a prática não tem idade. “É arte que forma cidadão e educa. É lição de vida e musicalidade.” finaliza.
Praticante há 36 anos, Mestre Capixaba é um dos mais respeitados capoeiristas do mundo. Ele diz que capoeira é filosofia e que proporciona muitas oportunidades. “A capoeira é rica, pois se joga, luta, canta e atrai a todos, independente de qualquer coisa. Um cego pode ser atraído pelo som do berimbau, um surdo pelos movimentos”.
Mestre Capixaba levou a arte por diversas partes do mundo, como em Israel, que segundo ele, é o segundo país depois do Brasil em número de capoeiristas. Hoje ele trabalha em comunidades do Estado resgatando a população carente e divulgando o esporte em trabalhos de inclusão social.
Promovido pela Associação de Capoeira Quilombo do Queimado em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura Turismo e a Secretaria Municipal e a Estadual de Esporte e Lazer, o evento terminou neste domingo (25), com a grande roda e confraternização no calçadão da Praia de Itaparica.
Comentários