MESTRE TEODORINHO TRINCA - FERRO - O ÚLTIMO GUERREIRO DA CAPOEIRA ANGOLA


Maciel de Aguiar,quando foi que você viu o Mestre Teodorinho Trinca-Ferro?
A primeira vez em que vi mestre Teodorinho Trinca-Ferro foi em meados de abril de 1978, e o encontro havia sido preparado por Zoroastro Valeriano Rodrigues, o "Soberano Imperador da Mauritânia", mestre da Marujada e morador na localidade conhecida como Droga, no sertão de São Mateus. Veio o recado: "O véio tá esperando o sinhozinho pra falar sobre a Capoeira Angola". Mas, para chegar ao local onde mestre Teodorinho vivia, era necessário o auxílio de um guia, a região havia sido ocupada por uma empresa reflorestadora que destruiu toda a mata para o plantio de eucaliptos, deixando ilhada a pequena gleba do mestre da capoeira, com sua casinha de palha, um roçado de milho, feijão e mandioca, umas poucas árvores e as criações soltas.


No dia marcado chegamos - acompanhados do mestre Zoroastro e outro conhecedor da região, de nome Agenor Evangelista-, depois de quase uma hora de viagem do centro da cidade de São Mateus, passando-se a maior parte desse tempo dentro das imensas "avenidas" de eucaliptos, sem que sentíssemos a presença de nenhum pássaro. "Não há mais bicho algum, nada sobrevive aqui, mataram tudo, acho que nem mesmo as cobras resistem, pois não tem nada pra elas comer", lamentava Zoroastro Valeriano durante a viagem. A empresa reflorestadora havia "comprado" aquelas terras dos negros utilizando um tenente do Exército Brasileiro, de nome Merçom, que, fardado e num jipe do Exército, ameaçava os pequenos proprietários, obrigando-os a vender suas terras, em plena vigência do regime da Ditadura Militar que se implantou no país após o golpe de 1964.

Chegamos à porteira da pequena propriedade do legendário mestre Teodorinho Trinca-Ferro e, de pronto, avistamos aquele negro alto, de mais de um século, e no cabo da enxada, na preparação da terra para o plantio de umas mandibas de mandioca, "pra continuar sobrevivendo, até o dia em que Deus quiser, meu sinhô" - recebeu-nos com prazer e cordialidade.

Após prosear durante uma meia hora com Zoroastro e Agenor (não se viam há mais de trinta anos), iniciamos a conversa sobre a Capoeira Angola. Teodorinho, ainda com a agilidade que aquele século de existência não conseguira acabar, contou passagens de sua vida e depois balançou o corpo na ginga do jogo da capoeira, querendo de imediato demonstrar como eram os golpes: as mãos sempre espalmadas, os braços longos em movimentos ora de fora para dentro ora de dentro para fora, a malícia, a destreza surpreendente para os seus cem anos, o movimento sincronizado do corpo e a flexibilidade das velhas articulações foram coisas que vi ali, me impressionaram e nunca pude esquecer. Chamou Agenor para a luta, enquanto Zoroastro marcava a cadência com as palmas das mãos.

Agenor Evangelista, que tinha metade da idade do mestre, estava frente a frente com o lendário capoeirista Teodorinho Trinca-Ferro, há décadas temido pela precisão de seus golpes. Sem conhecer os segredos da luta, Agenor quase foi ao chão, pelo golpe de uma Meia Lua - rasteira indefensável para quem desconhece as artimanhas da capoeira.

Após aquela pequena exibição, Teodorinho quis deixar claro para seus visitantes que "capoeira é pra valer e não pra brincar, não é pra demonstração, isso é coisa de gente que quer acabar com a capoeira, gente que não sabe nada desse assunto, que vive se mostrando nas praças como num teatro. Capoeira Angola não é pra isso, Capoeira Angola é pra defesa e ataque, quem pode mais chora menos, não tem brincadeira não, essa capoeira de brincadeira é pra quem não tem o que fazer, não sabe nada de capoeira. Se alguém me chamasse para um jogo, sabia que, se descuidasse, podia até morrer, não tinha brincadeira não, se descuidasse levava uma Chapa de Frente no meio dos peito, uma Cabeçada ou um Rabo-de-Arraia. Se o freguês não tivesse preparo, podia ir parar no fundo da cova" - afirmava, convicto.

O século de existência não havia tirado daquele velho capoeirista o principal fundamento da capoeira: o espírito da luta. E esse fundamento vinha da África distante, trazido nos porões dos navios como arma de defesa e ataque indispensável à sobrevivência dos escravos que iam enfrentar um inimigo feroz e implacável: o sistema escravocrata que se implantara no Brasil de então.

O mestre Teodorinho trazia a mesma disposição dos anos em que desafiara os feitores, jogava capoeira desde os dez anos e aprendera com os "preto velho, principalmente os escravos fugidos que se escondiam nas matas". Lembrava-se de algum deles, "gente que enfrentava a Força do Governo e o capitão-do-mato com os golpes da Capoeira Angola, e que também tinham o corpo fechado na Cabula".

Rememorava o mestre seu tempo de menino alforriado pela Lei do Ventre Livre, mas que nunca havia conhecido a mãe e o pai, acrescentando que, desde que se entendeu "por gente, vivia pelo mato, com os bandos dos negros fugidos, rapazola ainda", dizia. Dos antigos jogadores de Capoeira Angola, que aprenderam a lutar para se defender dos inimigos, recordava-se de alguns, cujas reminiscências transformavam-se em causos que só sua memória privilegiada podia resgatar: "Os mestres mesmo eram os velhos africanos, que nunca chegaram a vim pro Brasil, mas, aqui, os que me ensinaram os golpe da Capoeira Angola foram os escravos Zé Pequeno, Boca Preta, Mão de Onça, Calango, Dez Pedaços, Hilário Braúna, Jacaré, João Quebra Coco, Negro Saci, Manoel Mata Onça, Corre Diabo e Clementino Coice de Mula", lembrava o mestre.

Dentre os escravos que conheceu, "pelo mato, enfrentando o capitão e a Força", falava especialmente de Zé Pequeno, Dez Pedaços, Corre Diabo e Negro Saci como sendo os seus "professores". Levou "muita surra" para aprender os fundamentos e se livrar dos golpes mortais da capoeira, mas dizia que nenhum daqueles capoeiristas foi maior que Hilário Braúna ou Manoel Mata Onça: "Pra esses dois não tinha arma de fogo que desse jeito, quando vinham pra cima dos soldado arrebentavam tudo, nada ficava de pé, eles tinham a força do estampido do trovão, saíam arrancando pedaço de pau, com seus golpes de pé e mão no meio da mata, que dava medo", afirmava, ilustrando dois casos que marcaram sua adolescência.

Contou que, em certa ocasião, "o negro Hilário Braúna foi emboscado pela Força, na mata, do outro lado do Mucuri, tinha uns trinta soldados comandados pelo capitão-do-mato de nome Cearense. Quando Hilário atravessou o rio a nado, foi recebido a tiro pela Força, que não deixava ele sair de dentro da água barrenta do rio, mas ele mergulhou e vazou longe, rodou por trás e pegou a Força pela retaguarda, derrubou uma dúzia de soldado na perna, arrebentando o peito e os ossos deles na escuridão da noite; o que pôde fugir teve que cair no rio, até que uns ficaram estirados, moídos pelos golpes da Capoeira Angola, sem que o negro Hilário Braúna tivesse sofrido ao menos um arranhão. O Cearense havia jurado a morte dele, mas, antes da Abolição, morreu no Quilombo de Sant'Ana, na luta com Negro Rugério, e Hilário morreu de velho, na mata, muitos anos depois".

Mas o causo que ficou conhecido até os nossos dias foi o de Manoel Serafim, o Manoel Mata Onça, um escravo da fazenda de dona Rita Cunha. "Tinha quase dois metros de altura, era um negro muito forte e só andava pela mata, de noite, feito bicho, até que um dia, lá pras bandas da Aricanga, enfrentou duas onças pintadas; os bichos partiram pra cima do negro, Manoel enfrentou os animais na perna e na mão, foi matando um por um no golpe da capoeira. Dizem que, depois de mortos, amarrou um em cima do outro numa zorra e puxou até onde vivia uns negros escondidos. Depois, comeram a carne dos bichos num assado", contava o velho Teodorinho.

Admitia que aprendera mesmo capoeira com Zé Pequeno, Dez Pedaços, Corre Diabo e Negro Saci, e dizia que, "ainda molecote, tinha que enfrentar de vez em quando os professores, na luta pra valer", chegando a "apanhar de ficar moído no chão, quase morto", mas sabia que aquele ensinamento, aquelas lições, representavam a sua sobrevivência frente o inimigo.

Teodorinho dizia, com um misto de satisfação e mágoa, que nunca tinha sido escravo, não tinha sofrido a dor do padecimento dos ferro e nem a humilhação na praça do Porto, nunca tinha levado um açoite dos feitores, e que, "quando deu por si, já era um rapazola, no mato, junto com os negros fugidos". Mas tinha aprendido a Capoeira Angola com os mestres daquela luta e sabia que seria preciso passar aquele aprendizado para os negros mais jovens para que, também eles, pudessem livrar-se dos inimigos e "se defender dos escapulos" - situações inesperadas e de difícil defesa.

Dizia que havia cumprido sua missão, formara muitos capoeiras, gente que, por sua vez, formou outros tantos pelos anos que se seguiram; lembrava-se de alguns dos seus meninos, "que vinham pra cima para arrancar a cabeça do adversário, nunca queriam perder, tinham o sangue do velho capoeira, sangue do negro angola, gente que sabia que tinha uma arma na mão, na cabeça e no pé", falava.

Dos meninos que aprenderam com ele a Capoeira Angola, lembrava-se de alguns nomes: Afonsinho Brandino (o Vira Tora), Cisplatino Curió, Pelo Avesso, Otávio Buscapé, Balbino Andreza (o Vagalume), Coração de Seda, João Ferro Velho, Serafim dos Santos, Mateuzinho da Hora, Benedito Gonçalo (o Cana Brava), João Geraldino, Binote Valeriano, Clementino Alexandre (o Tromba D'água), Arildo Serafim, Zé Apolinário, Ambrósio da Conceição, Benedito Alexandre e Lorenço dos Anjos (o Estica Couro).

Desses meninos que jogavam a Capoeira Angola, "com o sentido na verdadeira capoeira", relembrava casos de muitas lutas no Porto de São Mateus, "quando iam pra lá arranjar emprego de carregador e acabava se metendo em encrenca com a polícia". Naquele tempo o Porto era dominado pelos grandes comerciantes de farinha de mandioca, café e madeira. Mas nunca nenhum deles "fugiu da briga, mesmo que fosse pra enfrentar arma de fogo, não era pra correr do estanho, tinha que desviar da bala; se o tiro fosse de mosquetão, tinha que desviar do chumbo, mas não podia correr, não podia ter medo, tinha que quebrar o inimigo na perna, na cabeçada ou no cutelo", garantia o mestre.

Lamentava a morte, "covarde", de alguns de seus meninos, como o "caso da morte de Pelo Avesso, ele tava batendo em dois polícia e um terceiro atirou pelas costas, na covardia, sabia que, de frente, eles não iam aguentar com Pelo Avesso, que ganhou esse apelido por dizer sempre que ia virar o inimigo pelo avesso". Lembrava que esse caso se seu pelo fato "de um polícia ter dado uma surra numa criança que tinha roubado uma manga num quintal da rua dos Ricos, era só uma fruta pra matar a fome do menino, mas o polícia pegou o menino e bateu que dava pena; foi quando avisaram a Pelo Avesso, que já veio rebentando os polícia, derrubou dois na perna e um outro atirou pelas costas", contou o mestre.

Dizia que, após a Abolição, os negros ficaram "ainda mais sujeito a apanhar dos soldados e dos capangas dos senhores, muitos tinham medo de reagir, apanhavam feito boi teimoso, mas quando era um capoeira a coisa ficava diferente; muitos que levantaram a mão pra bater num capoeira nunca mais viram a luz do dia, receberam um golpe mortal que não dava tempo dele pensar duas vezes, caíam no chão, estribuchando.

Dos seus meninos, recordava de Otávio Buscapé, Coração de Seda, Serafim dos Santos, Benedito Gonçalo (o Cana Brava), e o "mais valente deles todos era Zé Apolinário, um negro fino, de quase dois metros de altura, batia com uma violência que dava medo, era angico, não tinha carne, mas coitado do seu inimigo, era cada pancada que desmontava qualquer um, tinha a perna comprida e alcançava o inimigo distante, tinha uma cabeçada que podia derrubar um boi; era um grande lutador de Capoeira Angola, conhecia a ginga e a malícia como ninguém", lembrava.

Recordava-se, ainda, com muita ternura, de outros meninos, como Coração de Seda, que era "um negro muito grande e pesado, andava feito tamanduá-bandeira, o braço aberto, parecia um moleirão, mas tinha uma força muito grande, onde encostasse a mão voava o pedaço, era feito um coice; no jogo da capoeira era meio pesado, mas aceitava o desafio com qualquer um, na briga no Porto, onde vivia enrabichado com uma moça-dama. Era de muita coragem. Chegou uma noite em que ele quase destruiu um cabaré, ninguém conseguiu levar o Coração de Seda pra cadeia, só depois que deram vários tiros na perna dele é que conseguiram amarrar com laço de couro e saíram puxando seu corpo pelas ruas até a Cadeia Velha", na Cidade Alta, contou o mestre.

Após a Abolição, informava o mestre Teodorinho Trinca-Ferro, os negros que conheciam a Capoeira Angola não se sujeitavam a "apanhar da polícia pelo meio da rua", revidavam as agressões com golpes mortais, e muitos casos de morte violenta foram presenciados pelo mestre, tendo sido, ele próprio, personagem de um caso ocorrido numa noite de Festa de São Benedito. "Quando terminou a procissão, o Baile de Congo tava cantando na porta da igreja de São Bino, quando um soldado mandou parar tudo que já era tarde da noite, os brancos tinham que dormir e os negros tavam fazendo muito zoada". Mas ele e outros jogadores de Capoeira Angola disseram que "era dia de festa e que a escravidão já tinha passado", e fizeram o Baile continuar.

Mais tarde, apareceram outros três policiais, cada um com arma na cintura e porrete, "foram chegando e metendo o pau nas pessoas, tinha menino, velho, mulher, congo", quando ele tomou as dores e a frente da situação: "Foi briga violenta, até que os polícia ficaram no chão, moído na pancada", lembrou Teodorinho.

O Delegado de Polícia mandou vir de Vitória um novo contingente, "uns trinta homens para acabar de vez com aquela história" de que capoeira era imbatível, e começaram a procurar pelo mestre Teodorinho por toda parte da cidade. Logo que foi informado de que o Delegado "ia acabar com a raça dos capoeiras", juntou uns vinte meninos e mandou dizer a ele que estava esperando, naquela noite, no Largo do Chafariz, no Porto.

Nessa época, no início do século, a iluminação pública era feita a lampiões a querosene, e, quando a tropa chegou ao Largo do Chafariz, "os lampião foram apagado, os soldado começaram a atirar na sombra, atiravam no escuro, um tiroteio danado, mas que não acertava ninguém; uma meia hora depois, já não tinham mais munição e foi aí que nóis entramos e moemos eles de pancada; uns caíram nágua, outros subiram a ladeira mancando, mas a maioria ficou estirada no chão: batemos neles pra eles nunca mais se atrever a impedir o Baile de Congo na porta da igreja de São Bino e nem achar que o cativeiro ainda existia", contou o velho capoeirista.

Depois disso, mestre Teodorinho tomou os rumos do Sapé do Norte, caiu nos matos com seus companheiros. Vez por outra um aparecia na cidade, "pra compra fumo, sal, pólvora, tecido, mas viver lá não era mais possível, ia ser briga na certa, cada vez mais vinha um número maior de polícia, nóis tinha de vencer ou morrer; esperamos eles no mato, mas nada aconteceu, até nunca mais ser preciso, mas nunca perdemos uma briga, sempre soubemos da hora certa e como atacar o inimigo; eles pensavam que nóis tava correndo, mas era pura malícia, mandinga, chamando eles pro nosso terreiro; agora tô muito velho, mais de cem anos, mas mesmo assim bato a Capoeira Angola com os menino que costumam andar por aqui, sempre na vera, quem pode mais chora menos", dizia o mestre.

Teodorinho falava da Capoeira Angola como parte de sua vida - "do golpe que deixava o inimigo estribuchando" -, ainda com gestos rápidos, as mãos sempre espalmadas, os braços em movimentos cadenciados ora para dentro ora para fora, "pra confundir o adversário". A ginga do corpo ainda refletia grande equilíbrio, mostrando como arrancar uma faca, um pau ou um revólver da mão do adversário, sempre com muita suavidade, parecendo ainda um bailarino de ébano do longe de cento e poucos anos, parecendo ainda um menino, "é a capoeira que faz isso, e deixa a gente pronto pra luta", falava, balançando o corpo no terreiro da casa.

Vez por outra, parava para explicar os golpes: "A Meia Lua é um golpe em que o jogador rodopia com a perna no ar, podendo acertar o inimigo em qualquer parte do corpo, e, pra se defender, basta dar uma descida no corpo e partir pro ataque com um Rabo-de-Arraia, que é um golpe aplicado no jogo de baixo, como uma chicotada, procurando atingir a cabeça do inimigo com o lado do pé; mas, pra se defender, é preciso abaixar a cabeça pra contra-atacar, com um golpe conhecido como Calcanhar, pegando o adversário de baixo pra cima".

Em movimentos às vezes lentos, "pelo peso da idade", o velho mestre ia demonstrando os golpes. Mas seu golpe preferido era a Chapa de Frente, "um golpe violento, derrubava o inimigo na facilidade", muitos morreram com traumatismo, era um golpe que se aplicava em qualquer parte do corpo, dependendo da distância e da posição do adversário. "Depois vinha a Chapa de Costas, que se aplicava de costa pro inimigo quando este pensava que o capoeira tivesse indo embora; e, pra se defender da Chapa, bastava ir afastando o corpo e voltar ao ataque com uma Cabeçada, que era um golpe dado com a cabeça no peito, no rosto ou no queixo do inimigo, de baixo pra cima; pra terminar o serviço, ainda pode aplicar uma cutelada na nuca do inimigo", demostrava com gestos precisos.

O mestre Teodorinho Trinca-Ferro vivia ali, no meio daquela floresta de eucaliptos, havia perdido todos os vizinhos, "que foram obrigado a vender suas terra pra empresa reflorestadora". Há mais de trinta anos, não ia ao Porto de São Mateus: ainda tinha o pressentimento de que "a polícia tava lá esperando, e já não tinha mais idade de correr da polícia, não ia ficar bem", disse ele.

Os gestos de um lutador, a impressionante flexibilidade das articulações, as mãos imensas, os braços em movimentos cadenciados, os movimentos ora lentos, quase parando, ora rápidos, surpreendentes, faziam Teodorinho parecer um pássaro, um pássaro negro, parado no ar em busca de sua presa.

- Na vera, que a Capoeira Angola não era pra brincadeira, era arma de luta contra qualquer inimigo, afirmava.

O mestre Teodorinho Trinca-Ferro era o último guerreiro da Capoeira Angola.

Fonte : Maciel de Aguiar

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